Em condições normais, a urina é amarela, mais clara ou mais escura, dependendo do nosso nível de hidratação. No entanto, há outras cores de urina que podem significar doença ou infeção, ainda que nem sempre. Revemos quantas cores de urina há e quando devemos ficar preocupados.
A urina é amarela porque tem urobilina, um pigmento biliar cujos níveis devem estar entre 0,1 mg/dL e 1,0 mg/dL. A água dilui estes pigmentos amarelos da urina, pelo que nos dias em que se bebe muita água o tom fica mais claro e, quando não estamos devidamente hidratados, escurece. Até aqui, tudo normal.
O momento de perguntar se algo não estará bem é quando a urina muda de tom, fora da gama dos amarelos. Isto porque, embora esta mudança possa estar relacionada com o consumo direto de algum alimento em concreto, algum corante alimentar ou alguma medicação, também pode acontecer que a causa seja uma doença ou uma infeção. Como norma geral, os especialistas recomendam que se consulte o médico se a mudança na cor da urina durar mais de 24 horas ou se for acompanhada de febre ou dor.
Pontualmente, pode acontecer que a cor da urina tenha uma tonalidade diferente do habitual. Reveja se comeu algo disto:
1. Cenouras ou beterraba, nestes casos a urina pode ficar alaranjada.
2. Espargos ou algum doce decorado a azul: pode ver um tom azul-esverdeado.
3. Feijão, frijoles ou favas podem produzir uma cor café na urina.
4. Ruibarbo, mirtilos, amoras ou outros alimentos vermelhos: talvez a urina esteja com um tom avermelhado. Neste caso, esteja atento para ver se esta cor dura mais de 24 horas ou pense se fez exercício como running muito intenso. Se não, recomenda-se consultar o médico porque pode ser sangue.
Algumas infeções das vias urinárias podem produzir uma urina branca. E, mesmo sem chegar a ser branca, se de súbito notar a urina mais clara (sem ter alterado os hábitos de beber água), pode ser indicação de diabetes. Se se tornar alaranjada (durar mais de 24 horas e não tenha consumido cenouras ou beterraba), pode dever-se a um problema hepático. Se este problema se agravar – ou houver uma forte desidratação – pode passar de laranja a castanho café. Mas a cor que mais preocupa os médicos é o vermelho (rosado–avermelhado) porque pode dever-se à presença de sangue na urina. Este sangue pode estar relacionado com uma simples infeção, com a presença de pedras no rim ou, em última instância, devido a um tumor na zona dos uréteres ou da bexiga. No caso de ter urina vermelha, é conveniente consultar um urologista o mais rapidamente possível.
As lesões musculares, por vezes causadas pela prática de exercício radical, podem ocasionar uma urina da cor do chá ou acastanhada. Isto acontece por se ter causado um certo dano nos rins. A origem de uma urina escura associada a uma doença encontra-se quase sempre no aparelho urinário ou no fígado. De facto, certas infeções das vias urinárias detetam-se pela cor castanho-escuro da urina. Se houver uma hemorragia interna nem sempre a urina se torna vermelha, às vezes torna-se castanha. A porfiria também pode provocar uma urina escura e, por último, certos medicamentos podem tingir a urina com um tom muito escuro.
Segundo a clínica Mayo, estas são as cores de urina que podem ser causadas por certos medicamentos:
Laranja-avermelhado: Rifampicina (Rifadin, Rimactane) para a tuberculose, fenazopiridina (Pyridium) para a dor das vias urinárias e os medicamentos para a obstipação que contenham sena medicinal.
Laranja: Fenazopiridina e alguns medicamentos para a obstipação, sulfassalazina (Azulfidine) para diminuir o inchaço e a irritação e alguns medicamentos da quimioterapia para o cancro. Por último, as vitaminas A e B12.
Azul ou verde: Amitriptilina para a depressão, cimetidina (Tagamet HB) para as úlceras ou para o refluxo ácido, triantereno (Dyrenium) que é um diurético, indometacina (Indocin, Tivorbex) para a dor e para os sintomas da artrite e o propofol (Diprivan), um medicamento forte que ajuda as pessoas a dormir ou a relaxar antes de uma cirurgia.
Castanho: Cloroquina e primaquina para tratar e prevenir a malária, os antibióticos metronidazol (Flagyl, Metrocream) e nitrofurantoína (Furadantin, Macrobid), os medicamentos para a obstipação que contenham sena (Senokot, Ex-Lax), o metocarbamol (Robaxin), um relaxante muscular, a fenitoína para as convulsões (Dilantin, Phenytek) e os medicamentos chamados estatinas que diminuem o colesterol.
