Obesidade e incontinência. O efeito da alimentação no sistema urinário

É um facto: o excesso de peso e maus hábitos dietéticos constituem um forte fator de risco para se desenvolver incontinência.

Obesidade e incontinência. O efeito da alimentação no sistema urinário

Costuma-se dizer que somos o que comemos. Talvez não seja bem assim, mas o que é verdade é que a alimentação define em boa medida o nosso estado de saúde. E nisto está incluído uma clara relação entre obesidade e . Porque, efetivamente, a nossa dieta influencia o estado do nosso trato urinário.

O excesso de peso pode causar sérias implicações para a saúde. A pressão arterial alta, os acidentes cerebrovasculares, a diabetes tipo 2 ou doenças cardíacas. Mas o que muitos não sabem é que a obesidade ou o excesso de peso também podem contribuir para as fugas da bexiga.

Cada aumento de 5 unidades no índice de massa corporal está associado a um crescimento que pode chegar a ser de 70% no risco de se desenvolver incontinência urinária numa margem de 5 a 10 anos.  Pelo contrário, os estudos relacionam as perdas de peso a melhorias significativas nos sintomas de incontinência urinária.

Qual é a relação entre peso e incontinência?

O que acontece é que o sistema urinário, incluindo os rins, a bexiga, os uréteres e a uretra, filtra e elimina os produtos descartáveis da corrente sanguínea e ajuda a regular o equilíbrio de líquidos e sais no corpo. Uma dieta saudável proporciona ao sistema urinário os nutrientes que necessita para funcionar de forma eficiente. Mas da mesma forma que certos alimentos oferecem amplos benefícios para melhorar a nossa saúde urinária, há outros que são imensamente prejudiciais para o funcionamento da bexiga.

O excesso de peso gera uma maior quantidade de stress e pressão na zona abdominal e pélvica, o que pode acabar por provocar a debilitação do pavimento pélvico que, por sua vez, faz com que seja mais difícil conter as fugas. Além disso, a pressão adicional sobre a bexiga provocada pelo excesso de peso só acentua a pressão que se exerce ao espirrar, rir ou tossir, atividades comuns que podem causar episódios de incontinência de esforço.

O que não deve tomar

Os líquidos são parte fundamental de uma dieta. Não só o quê, mas também a quantidade, porque beber em excesso é prejudicial se tiver problemas de incontinência. Faça um diário sobre a quantidade de líquidos que ingere. A maioria dos especialistas recomenda diminuir a ingestão total de líquidos em 25% se tivermos problemas de incontinência. Em particular, um primeiro passo é reduzir o consumo de líquidos antes de nos deitarmos. Mas isto não significa que se beba menos de um litro de água por dia. Nem por excesso, nem por defeito.

O que, sim, devemos fazer é eliminar completamente as bebidas gaseificadas, diretamente associadas a uma . E também reduzir ao máximo o consumo de cafeína e álcool. Também não são recomendáveis os adoçantes artificiais que há em certas bebidas e alimentos.

Por outro lado, os alimentos que provocam obstipação também costumam ser inimigos da saúde da nossa bexiga. Isto inclui, fritos, congelados, grãos processados [como pão branco e massa) e um excesso de lácteos. Em geral, é bom afastar-nos de tudo o que soe a “comida lixo”.

O que devemos tomar

Se tiver problemas de incontinência (ou quiser preveni-la), aposte por uma dieta rica em vitaminas. A vitamina C das frutas e verduras está associada à diminuição da urgência urinária. No entanto, a vitamina C em forma de suplementos, especialmente em níveis elevados, causa o agravamento dos sintomas. É preferível recorrer à fonte original.

Os estudos também descobriram que a deficiência de vitamina D está associada a um aumento da . Portanto, obter suficiente vitamina D pode ser um grande protetor. Boas fontes de vitamina D são o peixe (salmão, atum, sardinhas), o iogurte e os ovos. 

Já sabe que comer iogurtes e outros produtos lácteos fermentados com regularidade pode ajudar a diminuir o risco de infeção do trato urinário em cerca de 80%. O iogurte também ajuda a prevenir o cancro da bexiga, segundo um estudo clássico do American Journal of Clinical Nutrition.

Também os antioxidantes podem ser outro dos seus aliados. Os antioxidantes de proantocianida existentes no cacau, maçãs, uvas, cajus ou canela podem ajudar a manter a saúde do trato urinário. Além disso, protegem-nos dos radicais livres e têm um grande efeito antiaging. Um valor seguro numa dieta saudável.

E isto também é ciência: os estudos têm demonstrado que perder peso pode diminuir os sintomas da incontinência. Num trabalho realizado pelo New England Journal of Medicine, os investigadores descobriram que as pessoas obesas que perderam mesmo só uma quantidade modesta de peso no decurso de um plano de seis meses de dieta e exercício também reduziram as perdas de urina, em quase metade dos casos. Nunca é tarde para comer melhor.

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